terça-feira, 27 de março de 2012

AuthorMapper

Recentemente, a Springer lançou uma ferramenta fantástica! O nome é AuthorMapper.
AuthorMapper é uma ferramenta gratuita e interativa desenvolvida pela Springer que visualiza áreas de pesquisa científica e tendências de uma forma fácil e refinada. Ela irá ajudar a comunidade de pesquisa científica, traçando autores, temas e instituições em um mapa do mundo, bem como identificar as tendências científicas através de gráficos de linha de tempo, estatísticas e regiões.
Integrando conteúdo e tecnologia de mapeamento, AuthorMapper fornece uma ferramenta easy-to-use interface, dinâmico, que permite:
- Localizar facilmente revisores, autores e especialistas em áreas afins;
- Executar uma variedade de consultas por palavra-chave, disciplina, instituição e autor;
- Descubra as áreas geográficas onde tópicos específicos estão sendo pesquisados;
- Identificar as tendências da literatura e novas histórico;
- Link e conectar diretamente para o conteúdo publicado;
- Descobrir relações mais amplas na comunidade científica;
- Beneficie de um artigo aumentada e visibilidade autor
.

Abaixo eu mostro uma pesquisa feita com a palavra "biocatalysis". É possível manipular o mapa, aproximar e ver mais grupos que estão ocultos. É fantástico!
Independentemente dos critérios de busca que emprega no AuthorMapper, você pode ver onde os autores dos artigos são baseados. Por exemplo, se você procura por proteína quinase, você pode ver que existem muitos artigos da América do Norte, mas nenhum da América do Sul. No entanto, se você procurar na categoria Ciências da Vida, você vai encontrar muitos artigos escritos por autores da América do Sul.
Usando o mapa, você pode ampliar para os países e cidades para descobrir quantos artigos existem. A técnica por trás do mapa emprega a filiação institucional de cada autor como um "geocode" que determina a colocação de artigos a serem encontrados no mapa.
Mesmo se você não usar o mapa, você pode usar a busca e procurar recursos para procurar artigos relacionados a palavras-chave específicas, autores, assuntos, revistas, anos, instituições e países. Todos os resultados são plotados no mapa e listados abaixo o mapa em formato padrão de resultados de pesquisa.

É possível explorar muita coisa. Espero que aproveitem!!! Coloquei o link acima!

domingo, 11 de março de 2012

Biocatálise em Líquidos Iônicos

A muito tempo eu queria falar sobre esse assunto (Biocatálise em Líquidos Iônicos) pois a maiorias das pessoas sabem que para se fazer uma resolução quimio-enzimática (resolução cinética enzimática), as enzimas se comportam melhores em solventes hidrofóbicos (n-hexano, por exemplo, logicamente que há algumas excessões).
Disponível em: link
Mas o que muitas gente não sabe, as resoluções enzimáticas podem ser conduzidas em líquidos iônicos!, e em muitos casos, com rendimentos e seletividades muito maiores do que em sistemas comuns.
Produtos de resolução cinética são extremamente importantes como blocos de construção de compostos mais complexos que tem a necessidade de grandes excessos enantioméricos.
A poucos anos atrás, com o advento dos líquidos iônicos e uso, muitos grupos começaram a empregá-los em resoluções cinéticas enzimáticas, substituindo os antigos (mas muito úteis) solventes orgânicos.
Um exemplo de um dos primeiros trabalhos publicados no OL em 2001 (veja aqui) que um grupo da Coréia do Sul aplicou 2 líquidos iônicos na resoluções de alguns alcoóis e comparou com dois solventes orgânicos (THF e tolueno).
Exemplos de compostos empregados na resolução enzimática.
Foi possível observar que os líquidos iônicos apresentaram uma maior seletividade frente as duas enzimas empregadas (Candida antarctica e Pseudomonas cepacia), mas é possível observar que nem todos os casos foi tão bom assim, principalmente com relação a taxa de velocidade reacional.
Resultados da resolução. Comparação com os solventes orgânicos.
Pode-se observar que a aplicações dos líquidos iônicos mostraram excelente seletividade, mas no entanto, ainda não existem explicações do por que esses líquidos são tão efetivos nessas reações, pois existem diversos fatores que afetam as resoluções, como: natureza do meio; taxa de difusão do substrato e do produto; conteúdo de água; estrutura 3D da enzima; imobilização; pH e temperatura.
Fica ai a questão. Muitos grupos por todo mundo estão trabalhando para resolver isso e em um futuro próximo, o emprego de líquidos iônicos serão uma realidade para a resolução em maior escala.

sábado, 10 de março de 2012

As moléculas que mudaram a história da Síntese Orgânica - Parte 2 - Síntese Total no Século 19

A Síntese Orgânica já vem sido praticada a muito tempo, no entanto, a Síntese Total é um pouco diferente.
O nascimento da Síntese Total ocorreu no século 19. A primeira síntese total concisa de um produto natural foi realizada em 1828 por Wöhler, o qual sintetizou a uréia (Figura 1) [1]. Significantemente, esse evento também marca o início da Síntese Orgânica como ciência, pois uma substânica inorgânica (cianato de amônio) foi convertido em uma substânica orgânica.
Alguns produtos naturais sintetizados no século 19.
A síntese do ácido acético a partir de carbono elementar realizada por Kolbe e 1845 também foi marcante para a Síntese Total [2]. Essa síntese foi históricamente importante pois em sua publicação em 1845, Kolbe utilizou a palavra "síntese" pela primeira vez para descrever um processo de montagem de uma substânica química a partir de outras substânicas. A Síntese Total da alizarina (1889) por Graebe e Liebermann [3] e o indigo por Baeyer [4] marcou a Alemanha no cenário da Síntese Mundial.
Após a uréia, a "mais" espetacular Síntese Total que ocorreu neste século foi a Síntese Total da (+)-glucose por E. Fischer em 1890 [5] (Figura 1). Essa Síntese Total é marcante devido não somente pela complexidade do alvo sintético, mas por ter incluído pela primeira vez um controle estereoquímico considerável. Com o oxigênio na estrutura monocíclica (piranose) e seus cinco centros estereogênicos (quatro controláveis), glucose  representa o estado da arte em termos de moléculas alvo no fim do século 19. Por suas contribuições, E. Fischer tornou-se o segundo ganhador do Prêmio Nobel de Química (1902) após J.H. van't Hoff (1901) [6].

Para leituras complementares, veja referências:
[1]. F. Wöhler, Ann.Phys. Chem. 1828, 12, 253.
[2]. H. Kolbe, Ann.Chem. Pharm. 1845, 54, 145.
[3]. a) C. Graebe, C. Liebermann, Ber. Dtsch. Chem. Ges. 1869, 2 , 332 ; b) first commercial synthesis : C. Graebe, C. Liebermann, H. Caro, Ber. Dtsch. Chem. Ges. 1870, 3 , 359 ; W. H. Perkin, J. Chem. Soc. 1970, 133 ± 134.
[4]. A. Baeyer, Ber. Dtsch. Chem. Ges. 1878, 11, 1296± 1297; first commercial production : K. Heumann, Ber. Dtsch. Chem. Ges. 1890, 23, 3431.
[5]. E. Fischer, Ber. Dtsch. Chem. Ges. 1890, 23, 799 ± 805.
[6]. See brochure of Nobel Comm ittees for Physicsand Chemistry , The Royal Swedish Acade myof Sciences, List of Nobel PrizeLaureates 1901± 1994, Almquist & Wiksell Trycker i, Uppsala, Sweden, 1995.